Café fake Anvisa determina recolhimento por contaminação e, com isso, a agência federal tomou uma ação rigorosa contra três marcas que estavam comercializando produtos impróprios para o consumo. A presença de substâncias tóxicas, como a ocratoxina A, e o uso de ingredientes de qualidade inferior, como resíduos de lavoura, foram os principais fatores que levaram à proibição desses cafés.
Abaixo, vamos detalhar as marcas envolvidas, explicar como identificar o “Café Fake” e orientar sobre os cuidados que os consumidores devem ter para garantir que estão adquirindo produtos de qualidade e segurança.
Na manhã de 2 de junho de 2025, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou uma medida que tem gerado preocupação entre os consumidores de café no Brasil: a proibição da venda, fabricação e consumo de três marcas, comercializadas sob os nomes Melissa, Pingo Preto e Oficial.
O que é “Café Fake”?
O “Café Fake” se refere a bebidas que são comercializadas como café, mas que não contêm o grão de café como principal ingrediente. Ao invés disso, esses produtos são feitos a partir de ingredientes de qualidade inferior, como resíduos de grãos crus, cascas de café, paus e palhas, entre outros.
Em alguns casos, como os identificados pela Anvisa, esses produtos também apresentam a presença de toxinas perigosas, como a ocratoxina A (OTA).
A ocratoxina A é uma micotoxina produzida por fungos que pode afetar negativamente os rins, causando inflamações e doenças renais crônicas. Além disso, essa substância está associada ao desenvolvimento de tumores urinários e pode prejudicar o sistema imunológico, tornando-o mais vulnerável a infecções. A presença da ocratoxina A foi um dos fatores determinantes para a Anvisa interditar as três marcas de “Café Fake”.
Por que a Anvisa Proibiu Essas Marcas?
A decisão da Anvisa de proibir as marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial se baseia em vários fatores graves identificados por meio de análises laboratoriais realizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os principais motivos incluem:
- Presença de ocratoxina A: Essa micotoxina, produzida por fungos, é conhecida por seus efeitos nefrotóxicos, podendo causar danos aos rins, e está associada a outros problemas de saúde, como imunossupressão e possíveis efeitos cancerígenos em altas doses ou exposições prolongadas.
- Materiais estranhos e impurezas: Os produtos continham pedras, areia, sementes de outras espécies vegetais, galhos, folhas e cascas, ultraando os limites legais permitidos.
- Rotulagem enganosa: As embalagens desses produtos indicavam a presença de “polpa de café” e “café torrado e moído”, o que não correspondia à realidade, levando os consumidores a erro.
- Falhas em boas práticas de fabricação: A contaminação nos produtos finais indica problemas na seleção de matérias-primas, no processo de produção e no controle de qualidade.
Esses problemas levaram a Anvisa a proibir não apenas a venda, mas também a fabricação, distribuição, publicidade e uso desses produtos em todo o território nacional, com base na Resolução da Diretoria Colegiada RDC nº 719/2022. A ação do Café fake, Anvisa reforça a necessidade de regulamentação rigorosa para proteger os consumidores.
Quais Marcas de Café Fake Foram Proibidas pela Anvisa?
As três marcas que tiveram seus produtos proibidos pela Anvisa são:
Melissa – Este produto foi encontrado com impurezas e resíduos que comprometem sua qualidade. O produto também contava com uma rotulagem enganosa, dizendo ser “café torrado e moído”, quando, na realidade, era composto por grãos de qualidade inferior.
Pingo Preto –Esse café apresentou matérias estranhas como cascas e resíduos, além da presença da toxina ocratoxina A, colocando a saúde dos consumidores em risco.
Oficial – Essa marca também foi incluída na lista de produtos com irregularidades graves na composição e contaminação por substâncias prejudiciais à saúde.
| Marca | Produto | Fabricante |
|---|---|---|
| Melissa | Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café Tradicional Marca Melissa | D M Alimentos Ltda. |
| Pingo Preto | Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café Preto Marca Pingo Preto | Jurerê Caffe Comércio de Alimentos Ltda. |
| Oficial | Pó para o Preparo de Bebida Sabor Café Marca Oficial | Master Blends Indústria de Alimentos Ltda. |
Esses produtos, além de contaminados, apresentavam informações nos rótulos que poderiam enganar os consumidores, fazendo-os acreditar que estavam consumindo um café legítimo, quando na verdade estavam ingerindo algo completamente diferente e prejudicial.
O Mapa já havia classificado esses produtos como impróprios para o consumo em 25 de maio de 2025, o que antecedeu a decisão final da Anvisa no caso Café Fake.
Quais São os Riscos à Saúde?
A presença de ocratoxina A nos produtos é particularmente alarmante. Essa micotoxina é conhecida por seus efeitos nefrotóxicos, podendo causar danos aos rins, e também está associada a outros problemas de saúde, como imunossupressão e possíveis efeitos cancerígenos em altas doses ou exposições prolongadas. Além disso, a ingestão de materiais estranhos e impurezas pode levar a problemas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia, e, em casos mais graves, pode causar obstruções intestinais ou outros distúrbios.
Além disso, a ocratoxina A pode afetar o sistema imunológico e prejudicar o desenvolvimento de fetos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a substância representa um risco significativo, especialmente para grupos vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com problemas de saúde preexistentes, conforme alertado pela Anvisa.
O que os Consumidores Devem Fazer?
Se você possui em casa qualquer um dos produtos das marcas Melissa, Pingo Preto ou Oficial, é fundamental que você:
- Interrompa o consumo imediatamente: Não consuma esses produtos sob hipótese alguma.
- Descarte os produtos: Jogue-os no lixo, garantindo que não sejam consumidos por ninguém.
- Denuncie se encontrar à venda: Caso ainda encontre esses produtos à venda em algum estabelecimento, denuncie às autoridades sanitárias locais ou à Anvisa.
Além disso, é importante ficar atento às notícias e aos alertas oficiais para garantir que você esteja informado sobre quaisquer outros produtos que possam ser recallados. A ação da Anvisa sobre o Café Fake serve como um alerta para a importância de verificar a procedência dos produtos alimentícios.
Como Identificar “Café Fake” no Mercado?
Para evitar ser enganado por “café fake”, siga estas dicas:
- Verifique a composição: Certifique-se de que o produto lista claramente os ingredientes e que eles correspondem a café verdadeiro. Evite produtos que mencionem “polpa de café” ou outros termos vagos.
- Conheça as marcas confiáveis: Prefira marcas conhecidas e com histórico de qualidade. Pesquise sobre a reputação da marca antes de comprar.
- Atenção ao preço: Se o preço parecer baixo demais para um produto de café, pode ser um sinal de que não se trata de café puro. Por exemplo, em janeiro de 2025, um pacote de 500g de “café fake” era vendido por R$ 13,99, segundo a Abic.
- Verifique a embalagem: Certifique-se de que a embalagem está intacta e que os selos de qualidade estão presentes.
- Consulte órgãos reguladores: Se tiver dúvidas, pode consultar a Anvisa ou o Mapa para verificar se o produto está aprovado.
Essas medidas ajudam a proteger os consumidores de produtos fraudulentos, como os identificados neste caso de café fake anvisa.
O Papel da ABIC na Qualidade do Café Nacional
A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) desempenha um papel fundamental na garantia da qualidade do café no Brasil. A ABIC trabalha para certificar produtos que atendem aos padrões de qualidade exigidos pela legislação brasileira.
A entidade alerta para o aumento de produtos de baixa qualidade que são vendidos como café, mas que na verdade contêm impurezas e substâncias prejudiciais à saúde.
A recomendação da ABIC é clara: os consumidores devem exigir cafés certificados e sempre verificar se o produto possui o selo de qualidade da associação. Isso ajuda a garantir que o café consumido seja puro e livre de substâncias perigosas, como a ocratoxina A.
Veja no vídeo abaixo o alerta sobre o Café Fake.
Fonte:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa
Café Fake Anvisa